A pouco mais de um mês da escolha de uma das cidades subsedes da Copa do Mundo de 2014, os governos de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, medem força agora no campo do marketing para convencer a Fifa (Federação Internacional de Futebol) de que as suas capitais têm potencial para abrigar um dos grupos do maior evento esportivo do mundo.
A intenção da Fifa é que Cuiabá ou Campo Grande, cidades tidas como as capitais do Pantanal brasileiro, seja uma das subsedes.
Do lado do estado de Mato Grosso do Sul, o governador André Puccinelli, do PMDB, contratou Chico Santa Rita, um marqueteiro político que já atuou tanto em MS quanto em MT. Já o governador de Mato Grosso, Blairo Maggi, do PR, havia contratado antes consultores internacionais que receberam a missão de “vender” a imagem do território mato-grossense como o mais ligado ao Pantanal. Esses consultores, segundo o secretário de Turismo de MT, Yuri Bastos Jorge, trabalham com eventos esportivos, inclusive para a Fifa. A mesma equipe contratada por Maggi, afirma Jorge, atua na organização da Copa da áfrica do Sul, que acontece no ano que vem.
Do lado de cá, Puccinelli sustenta que o governo dele, a prefeitura de Campo Grande e a iniciativa privada, já arrecadou algo em torno de R$ 1,2 bilhão para tocar obras que devem melhorar a infra-estrutura da cidade.
Já do lado de lá, Blairo Maggi, assegurou a Fifa que teria R$ 1 bilhão para mexer nas obras e enriquecer a estrutura de Cuiabá. E governo dele criou ainda um fundo com o objetivo de alocar recursos para investir na competição. Também criou um comitê pró-subsede com participação da sociedade.
André Puccinelli acha que o fato de o prefeito da cidade, Nelsinho Trad, pertencer ao PMDB, seu partido, dá uma vantagem política a capital sul-mato-grossense.
E dá uma cutucada num imbróglio político vivido no território mato-grossense: Maggi e o prefeito de Cuiabá, Wilson Santos, do PSDB, enfrentam crise por conta da disputa eleitoral em outubro passado.
Amigo de Lula
Se a escolha da subsede exigir influência política, seguidores de Maggi acham que Cuiabá já teria levado a melhor.
é que o governador mato-grossense tornou-se próximo de Lula desde a reeleição quando Maggi, tido até pouco tempo como o rei da soja, contrariando os produtores rurais do Estado, resolveu apoiar o petista do começo ao fim da campanha.
Já Puccinelli, à época da reeleição do presidente, não apoiou o petista. Contudo, semana passada, o governador daqui disse que Lula o chamou para compor aliança com o PT em 2010, numa demonstração que os dois estariam bem politicamente.
Do lado de Mato Grosso, autoridades ligadas ao futebol acham que a proximidade de Carlos Orione, presidente da Federação de Futebol da região, com o presidente da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), Ricardo Teixeira, possa influir na escolha da subsede. Eles são compadres.
Ricardo Teixeira e os representantes da Fifa visitam no início de março as duas cidades e, no fim do mês, anunciam quem vai virar subsede. Até lá, novas investidas devem ser anunciadas por André e Maggi.
Visita
A prefeitura de Campo Grande trouxe na quinta-feira passada 12 jornalistas de grandes órgãos de comunicação que cobrem eventos esportivos. Os profissionais, cujas estadias têm sido custeadas pelo município, conheceram Campo Grande e seguem neste fim de semana para Corumbá, onde vão ficar bem perto do Pantanal.
(com informações do Midianews, de Cuiabá)